quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ACTIVIDADES ECONÓMICAS



ACTIVIDADES ECONÓMICAS

A Corografia Portugueza de Carvalho da Costa descreve a Abbadia de Peredo da seguinte maneira: "tem cem visinhos, Abbadia da Mitra Primáz, que rende cem mil reis; além da Igreja Matriz tem duas Ermidas, & dezasete fontes, mas as mais dellas secão de Verão, com que he muito falto de agua, & tambem de lenha, pouco, sádio, abundante de trigo, algum vinho, pouco azeite, muitos figos, & amendoas, de que alguns annos recolhe seiscentas arrobas, que se conduzem para varias partes do Reyno"A Igreja Matriz e as duas Ermidas mantêm-se com a designação de Capela da Santa Cruz e Capela de Nossa Senhora da Glória. As dezassete fontes são hoje reconhecidas como um património público tradicional e como tal são estimadas e estão distribuídas pelos diversos caminhos que partem da aldeia em direcção aos vários lugares do termo do Peredo. Tem havido um interesse, pelos responsáveis dos destinos do Peredo, em conservar as fontes e existe a intenção de expor à admiração das pessoas que nos visitam o maior número dessas fontes. As três fontes existentes no centro da aldeia estão reconhecíveis, duas delas sempre estiveram ao serviço público e uma delas foi recuperada em 2002.


A falta de água é hoje controlada pela rede pública que é abastecida a partir da barragem do Arroio e mesmo no pico do Verão e com a afluência forte das pessoas que vivem fora durante o ano.
As produções agrícolas continuam a ocupar a maioria das pessoas que vivem no Peredo, embora as ordem de prioridade se tivesse alterado nos últimos anos. O Peredo foi das aldeias que mais usufruiu das compensações da Comunidade Europeia e tem uma elevada percentagem de produção de vinho generoso, que tem vindo a ser aumentada nos últimos anos. Setembro tornou-se o mês das azáfamas agrícolas com as vindimas. Abastece com qualidade e em quantidade as Cooperativas de Moncorvo e Foz Côa e algumas Casas Vinícolas sediadas no Pocinho. Sem termos dados precisos da sua produção é, sem dúvida, a principal, produção agrícola do Peredo, naturalmente daí advindo uma riqueza acrescida para os que a ela se dedicam. O olival é actualmente a segunda actividade mais prestigiada e à que se dedica mais investimento. O Peredo produz bastante e boa azeitona de conserva, a “Negrinha de Freixo” é produzida aqui, como "borraceira", há séculos e as características do solo e do clima são iguais às da zona de Freixo e Poiares, pelo que a qualidade é mais que garantida. A produção de azeite é igualmente muito satisfatória e tem havido uma forte aposta na renovação dos olivais pelo que a produção tem tendência para aumentar. A amêndoa ocupava tradicionalmente, a par do cultivo de cereais, a principal produção do Peredo. Em termos proporcionais à sua extensão o Peredo devia ser das aldeias do Alto Douro que produzia mais amêndoa. Na década de setenta, quando em 1970 se vendia uma arroba de amêndoa em miolo por quinze contos. Com a descida do preço, os amendoais tradicionais foram abandonados e poucos são hoje tratados e a amêndoa fica por lá na maioria dos casos. Apesar disso houve nos últimos anos algum investimento, com os apoios do IFADAP, que permitem observar algumas boas extensões de amendoeiras e talvez obter colheitas próximas das antigas no Peredo.
O cultivo dos cereais está praticamente abandonado e as ceifas e colheitas nas eiras são figuras de museu, pois já não se utilizam. O Peredo apresenta condições excepcionais para a produção da laranja Alguns pomares, de dimensões familiares, oferecem-nos laranjas das melhores que podemos provar. A produção de figo, embora tenha igualmente condições para obter excelente qualidade, está reduzida a pequenas produções familiares e ninguém trata para vender. A fruta é, na sua generalidade, de excelente qualidade, desde o pêssego, o damasco, a pêra, a maçã mas só é produzida para gasto caseiro.
O pastoreio de gado ovino é, há muitos anos, uma das actividades mais produtivas e casa com gado não faltava comida. O soro, os requeijões o queijo fresco e duro e, claro, os borregos fartavam as casas dos proprietários. Hoje, ainda, existem quatro rebanhos na aldeia, que totalizam para cima de meio milhar de ovelhas. Existiram vacas para trabalho, até às décadas de sessenta e até de setenta, que foram substituídas pelas leiteiras e que tiveram alguma importância na economia das famílias nas décadas seguintes e que, por razões diversas foram abandonadas na totalidade. Os machos e os burros servem moram em muitas lojas da povoação e servem para os trabalhos agrícolas e como meio de transporte para os prédios rústicos.
António M. Andrade
Texto e Imagens

Um comentário:

  1. tantos saltos com charrua nas maos com os machos dei nessas ladeiras chva frio sol para hoje estar todo peredo abandonado

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