quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Descrição da aldeia

Situa-se num pequeno vale, que nasce do planalto para os declives do rio. Forma uma rua inicialmente que desemboca na Igreja Matriz , daí bifurcam duas ruas que rodeiam a aldeia e se complementam entre si. Estas duas ruas são amplas e mais airosas do que a maioria das que encontramos em algumas vilas e cidades mas nos anos sessenta eram encolhidas pelos balcões de pedra que davam acesso às casas de um lado e de outro. Descendo pelo lado esquerdo encontra-se o largo da Amoreira, pois aí existiu uma amoreira, onde está agora uma tília, a rua leva-nos ao largo da Santa Cruz, que tem a designação da capela que aí se encontra. Voltando à esquerda encontra-se a sede da Junta de Freguesia , onde funciona o único café da aldeia. É no centro da povoação onde se pode contemplar o largo das Eiras, pois aí funcionaram até há poucos anos as malhadas de trigo, cevada e centeio e os animais bovinos e cavalares de todo o povo pastavam durante o ano, sendo proibido ao gado ovino e caprino.
Em 1998 construiu-se aí o Centro de Dia/ Lar "António César" beneficiando de um protocolo entre a Junta de Freguesia e um mecenas que casou na aldeia. A instituição tem o nome de um filho do casal que faleceu na juventude e é administrada pela Associação Sociocultural de Peredo dos Castelhanos, criada para o efeito. No lado poente pode identificar-se o Cemitério, para lá chegar passa-se pelo campo de futebol. Ao redor das Eiras encontram-se os palheiros que circundam as mesmas e que vão sofrendo desgastes de mau gosto pela vontade de organização prática.
A partir do largo da Amoreira pode-se voltar à esquerda e pela rua do Canto aceder à Escola Primária, construída nos inícios dos anos sessenta, e admirar duas fontes antigas construídas em pedra xistosa. Se continuarmos a subir em frente passa-se por alguns dos palheiros que rodeiam as Eiras e no alto chegamos ao Calvário, onde se pode ter uma visão global de toda a aldeia e dos campos vizinhos e estender a panorâmica até à serra do Roboredo a Norte e expandir o olhar por montes que chegam à serra do Marão. Encravados em sulcos bem profundos observa-se o traçado sinuoso do rio. Pelo caminho em frente, que sai para os campos e era fechado por um portão de ferro, que era a forma de guardar o gado que pastava nas Eiras, chega-se à Capela de Nossa Senhora da Glória. Um belo miradouro, onde pode observar as ladeiras até ao Douro e os montes vales e planaltos que se prolongam numa excelente panorâmica.


No regresso à aldeia pode observar as habitações tradicionais que eram na sua totalidade construídas de xisto. Só a partir dos finais dos anos setenta encontramos casas de tijolo e blocos e as primeiras ramificações de estilo "fenêtre" mas , ainda, encontramos nichos apreciáveis de traça original.
Texto e imagem
António M. Andrade

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